Construção das caixas

Quem nos tem acompanhado de perto nestas andanças sabe que estas caixas já tinham que estar a fechadas, com as nossas queridas motas lá dentro, há mais de um mês e em viagem rumo à América do Sul há mais de duas semanas.

Segundo o plano inicial, concebido já há largos meses, a ideia era iniciar a rota em finais de Outubro, tão certos estávamos disso que, a cada pessoa que nos perguntava se já tinhamos data de saída em vista, nós muito convictos dizíamos que sim: “finais de outubro estamos a caminho de solo brasileiro!” mas…… isto de ser maçarico, em viagens desta envergadura, tem destas coisas e a primeiríssima lição, que se aprende ao longo do processo, é que absolutamente nada sai como se planeia. Ok, não vamos ser tão radicais, digamos antes, quase nada! É como que se o plano inicial, que no princípio está muito claro e assumido, é realmente apenas uma ferramenta de trabalho completamente mutável, em que cada dia que passa se transforma. Durante esta “mutação” existem horas de ansiedade, de emoções fortes, de nervos, de dias cheios de incertezas e de horas em que nos convencemos e dizemos para nós mesmos: “agora é que é, a coisa vai compor-se e vai correr bem!”

Damos por nós a pensar que se antes de estar a caminho, ainda em zona de conforto, já é este festival todo, então como será a partir do momento em que começarmos de verdade a andar de mota em solo Sul Americano? Mas as perguntas e apreensões abrandam, quando ouvimos as pessoas que nos são queridas dizer: “…mas a vossa viagem já começou! É preciso ter calma e é bom  que tenham consciência que nada na vida é de graça, que necessita de esforço e que podem estar certos que na vida o que é sofrido quase sempre tem recompensa mais saborosa!”.

Será que é assim? Não há volta a dar, há que viver um dia de cada vez, com mais ou menos borboletas no estômago e mais ou menos batidas de coração por minuto.

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